Os professores Haroldo Sá (UFBA) e Elson Paiva de Oliveira (Unicamp) estiveram recentemente no Garimpo das Carnaíbas, em Pindobaçu (BA), como parte de um estudo inédito que busca entender a formação das esmeraldas na região, uma das mais importantes jazidas do Brasil. Acompanhados pelo geólogo Tiago Ximenes e pelo biólogo e estudante de geologia Jorge Luiz, os pesquisadores coletaram amostras de granito — rocha responsável pelo início da mineralização — e de flogopititos, que contêm as esmeraldas.
As amostras serão analisadas em laboratório na Unicamp, onde serão datadas com métodos geocronológicos para determinar o momento exato em que ocorreu a mineralização. “Hoje não sabemos com precisão quando esse processo aconteceu. Saber essa idade pode abrir novas perspectivas de exploração e pesquisa, além de possibilitar a descoberta de novos depósitos”, explicou Haroldo.
A equipe também visitou o garimpo desativado de Socotó, em Campo Formoso, para comparar as mineralizações das duas áreas. Apesar de semelhantes, apresentam diferenças, como a coloração das esmeraldas. O objetivo é verificar se têm a mesma idade e analisar características geoquímicas.
Sobre os prazos, Haroldo afirmou que os estudos dependem da composição mineralógica das amostras, mas a expectativa é obter resultados até o fim do ano. Ele reforçou que a pesquisa é financiada com recursos públicos e que todos os dados serão disponibilizados à sociedade.
O professor agradeceu à comunidade local, à Cooperativa Mineral da Bahia — na pessoa do presidente Humberto Meneses e seus colaboradores —, à Dra. Monica Corrêa, do Centro Gemológico da Bahia, e aos garimpeiros pela receptividade e apoio ao trabalho.
